Existem coisas que acontecem conosco que é sempre bom lembrar, e como o misturadohh tem vida própria apartir de mim ele tambem tem o que lembrar, então nada melhor do que lembrar a primeira postegem:
A lista completa de fraudes científicas jamais poderia ser compilada --
são muitas -- e abarca pelo menos 20 séculos de história registrada.
Navegando em meio a esse sem-número de cascatas, o G1 elegeu a lista das
cinco maiores mentiras já contadas por cientistas. Confira:
A 5ª mais:
Mendel errou tudo, diz superagrônomo soviético.
Trofin Lysenko fala no Kremlin, e Josef Stálin escuta direitinho, em
1935. (Foto: Reprodução)
Trofim Denisovich Lysenko (1898-1976) foi o grande mestre da biologia
soviética durante o governo de Josef Stálin. Seu grande legado foi ter
destruído as colheitas soviéticas durante pelo menos uma década, com
teorias que só eram comprovadas por seus próprios estudos -- em sua
imensa maioria, baseados em dados fraudados.
Sua missão em vida foi desacreditar os resultados obtidos por Gregor
Mendel (1822-1884), o monge tcheco que estabeleceu as clássicas leis da
hereditariedade genéticas. Com paciência monástica, Mendel passou anos
promovendo o cruzamento entre ervilhas, até concluir de que maneira
certas características eram passadas de geração a geração -- um
precursor do moderno conceito de gene. E ele de fato estava certo. Mas
não para Lysenko.
Com cada vez mais influência sobre o governo, o biólogo soviético dizia
que Mendel estava errado, e ele certo. Por conta disso, não só as
práticas agrárias da União Soviéticas foram baseadas em seu trabalho,
como, em 1948, foram proibidas quaisquer opiniões dissonantes sobre o
tema. Somente em 1964, depois de muitas colheitas perdidas com
baboseiras, a União Soviética discretamente
desencanou das idéias de Lysenko e voltou a bancar a ciência de Mendel e
seus seguidores.
A 4ª mais:
Dados confirmam: o Sol gira ao redor da Terra!"
Gravura mostra o astrônomo antigo Claudio Ptolomeu (Foto: Reprodução)
Ou, pelo menos, foi o que disse Claudio Ptomoleu (83-161), o maior
astrônomo do mundo antigo. Como muitos de seus ilustres predecessores
(Aristóteles é o maior deles), ele falou muita bobagem com autoridade de
quem é o dono da verdade.
Em sua obra-prima, o livro "Almagesto", Ptolomeu elaborou a concepção
astronômica mais completa do universo até então. Como era moda naquela
época, o modelo era geocêntrico -- ou seja, considerava que a Terra
ficava no centro do universo, com o Sol, os outros planetas e as
estrelas girando ao seu redor. Para que esse esquema se encaixasse nas
observações, Ptolomeu criou artefatos matemáticos os mais diversos, como
dizer que a Terra não ficava exatamente no centro das órbitas
circulares dos corpos celestes ou que esses astros giravam descrevendo
pequenos círculos enquanto seguiam em sua órbita maior.
O problema é que nem assim as coisas funcionavam -- os planetas teimavam
em aparecer em posições ligeiramente diferentes das que Ptolomeu previa
com seu modelo. E aí, em vez de consertar a teoria, o velho astrônomo
preferiu seguir o caminho mais fácil: consertou as observações.
Adulterando os dados presentes em seu livro, conseguiu esconder as
imperfeições de seu modelo até o século 16, quando o polonês Nicolau
Copérnico (1473-1543) aventou a idéia de que talvez -- apenas talvez --
aquilo tudo estivesse errado e o Sol na verdade ficasse no centro do
Sistema Solar, com a Terra como mais um planeta girando ao seu redor.
A 3ª mais:
"Encontrado o 'elo perdido' entre humanos e macacos"
Cientistas se mostram intrigados com os traços do 'homem de Piltdown'
(Foto: Reprodução)
Hoje existem fartas evidências -- tanto genéticas como fósseis -- de que
a humanidade guarda forte parentesco com seus primos primatas,
sobretudo com os chimpanzés. A história evolutiva que nos leva ao
ancestral comum entre os dois ainda está longe de ser totalmente
desvendada. Mas, no início do século 20, os cientistas pensaram estar
muito mais perto dela.
A culpa foi de Charles Dawson, um colecionador que apresentou em 1912,
numa reunião da Sociedade Geológica de Londres, dados sobre a descoberta
de um fóssil em Piltdown, uma vila obscura da Inglaterra. O "homem de
Piltdown" tinha alguns traços que lembravam muito a anatomia humana
moderna, mas outros pareciam mais simiescos.
Por mais de 40 anos, esse "elo perdido" ficou como um grande mistério da
ciência, que não se encaixava com mais nada que havia sido encontrado
antes ou depois. Até 1953, quando a verdade foi revelada: era um crânio
de humano moderno, misturado a uma mandíbula de orangotango. O
responsável pela fraude nunca foi identificado, e suspeitos há para
todos os gostos: entre eles, o próprio Dawson, Pierre Teilhard de
Chardin e Arthur Conan Doyle (sim, o criador de Sherlock Holmes!) Mas o
maior mistério é mesmo como essa tosqueira óbvia se passou por fóssil
legítimo ao olhar dos especialistas por quatro décadas...
A 2ª mais:
"Seus problemas energéticos acabaram!"
Em 1989, cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos,
declararam terem obtido a solução para todos os problemas energéticos
que a humanidade enfrenta. Liderados por Martin Fleischmann e Stanley
Pons, eles supostamente teriam conseguido produzir energia do mesmo
jeito que o Sol faz, mas em temperatura ambiente.
Desde então, a chamada "fusão a frio" (que envolve grudar átomos e, com
isso, transformar parte da matéria em energia) tem sido o sonho de
muitos cientistas. Só que nenhum deles conseguiu reproduzir os
resultados miraculosos da turma de Utah -- que hoje são tratados, na
melhor das hipóteses, como um equívoco grosseiro, e, na pior, uma fraude
cara-de-pau.
Ainda assim, resta uma esperança aos cientistas: a fusão em altas
temperaturas ainda pode se tornar uma realidade. Hoje, é até possível
realizar fusão em laboratório, mas gasta-se mais energia no processo do
que se obtém como resultado. Mas um consórcio internacional composto
pelos países mais ricos do mundo neste momento está tocando um projeto
de muitos bilhões de dólares para desenvolver um reator de fusão
experimental. Se der certo, ele ensinará o caminho para que o homem
produza energia como as estrelas, de forma limpa e barata. Mas por
enquanto esse é apenas um objetivo. Já a muito mais barata e simples
fusão a frio provavelmente nunca passará de um passe de mágica.
A campeã:
"Fizemos clones humanos", diz cientista sul-coreano
Woo-suk Hwang, o fraudador dos clones coreanos
Outro título poderia ser "ascensão e queda de um herói
terceiro-mundista". Woo-suk Hwang atingiu níveis inacreditáveis de
popularidade em sua terra natal, a Coréia do Sul, quando anunciou que
seu grupo de pesquisa havia produzido com sucesso os primeiros embriões
humanos clonados, em 2004. De quebra, no estudo seguinte, disse ter
conseguido também extrair dos embriões as cobiçadas células-tronco
embrionárias, promissoras para diversos estudos médicos.
Apesar da controvérsia ligada ao assunto da clonagem humana, Hwang foi
catapultado à fama mundial. O governo sul-coreano passou a desviar rios
caudalosos de dinheiro para seu laboratório, que do nada passou a ser um
dos mais assediados para colaborações internacionais. A Coréia do Sul
havia chegado primeiro que muitos países de primeiro calibre em ciência,
como Inglaterra e Estados Unidos. Ou, pelo menos, era o que parecia.
Só que a alegria durou pouco. Ao final de 2005, uma série de escândalos
detonou ao redor do cientista. Primeiro, ele foi acusado de coagir as
mulheres de sua equipe científica a doar óvulos -- procedimento
arriscado e agressivo, a que elas nem sempre aquiesceram. Mas a maior
bomba foi detonada quando foi revelado, ao final de 2005, que os estudos
de Hwang com clones humanos haviam sido todos fraudados.
O episódio marcou não só a derrocada do pesquisador, mas sobretudo a
fragilidade dos métodos usados pelo establishment científico para lidar
com fraudes. Antes de revelada a farsa, os estudos de Hwang haviam sido
aclamados pelo principal periódico científico americano, a "Science",
como espetaculares revoluções científicas. Depois, fizeram a revista
repensar seus métodos e demonstraram que, mesmo no século 21, a ciência
ainda está longe de encontrar uma receita para evitar engodos. O que é
ruim para os cientistas, mas muito bom para os fãs de 1º de abril.
Fonte:
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